quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Estados Unidos, Espionagem, e o Resto do Mundo



Num dia em que as agências de notícias publicaram trechos do pronunciamento do presidente Barack Obama “advertindo” o Paquistão sobre as conexões do seu serviço de inteligência e os extremistas afegãos, no qual afirma; "Não há dúvidas de que existem algumas conexões entre os militares e o serviço de inteligência paquistanês, com alguns indivíduos duvidosos.” Num dia em que Cuba inicia uma jornada nacional contra o terrorismo de estado dos Estados Unidos, noticiada no France Presse, que divulga a manchete do jornal diário Granma, cujo editorial afirma ser "indigna a maneira como atua o governo dos Estados Unidos em relação aos assassinos" da sabotagem que matou 73 pessoas em 1976, eis que o Incontinentemente é surpreendido por acessos pouco comuns, por parte de robôs ou agências de inteligência norte-americanas a alguns capítulos do livro Estado Bruto, então, resolvi ajudá-los a dissipar suas paranóias e explicar que o romance "Estado Bruto" trata de uma brutalidade nacional, local, trata de pessoas em estado bruto pela liberdade mal interpretada e pela privação desta. Trata de alienação e de como ela é capaz de produzir indivíduos completamente funcionais ao sistema. Não trata de um micro universo preparado pela mídia ocidental em defesa dos interesses ideológicos e econômicos das super potências financeiras (em tempos de crise nem sei se é dialeticamente conveniente empregar esse termo) do ocidente.

Gostaria de dizer que "vigiar" este blog é inútil. Que a autora dos textos aqui publicados é pacifista, não da “paz alegada” pelos senhores, mas da paz sem fome na África e em lugar algum do planeta. Da paz do livre comércio entre todos os continentes sem pressões ideológicas, bioterroristas, atômicas, tecnológicas, químicas, capitalistas-parasitárias, ou qualquer outra que seja. Uma paz sem desfaçatez na ocupação da Amazônia por organizações empresariais financiadas com dinheiro estrangeiro e com respostas bem embasadas contra o argumento de extrativismo mineral, da fauna e da flora, além do interesse de empresas de tecnologia estrangeiras que para se manterem no futuro precisarão garantir a matéria prima agora, de preferência em um país cujas riquezas saltam a olhos em seus recursos naturais e do subsolo, mas de povo ingênuo e ainda muito pobre, pois que a concentração de renda obedece a um padrão sistemático e em efeito decadente; do mais rico continente ao mais miserável indivíduo, e sei que aos senhores pouco importa se esse indivíduo é norte-americano ou africano ou afegão ou chinês ou russo ou australiano ou grego ou mexicano ou brasileiro, pois que na lógica capitalista o equilíbrio do meio se dá nele próprio e força adaptações a qualquer custo. Gostaria também de dizer que acredito em uma nova ética econômica mundial. Uma ética mais humana e racional que possa trazer tanto aos seus compatriotas como aos meus uma assistência médica socialista e eficiente, independentemente de os mesmos estarem empregados ou não. Desejo que o seu país se liberte dos estigmas de guetos negros, de pobreza e barbárie, revelada pelo furacão Katrina. Lembrá-los da lei de causa e efeito, que ao contrário do que se pode pensar, consome-se de causas e efeitos. Se eu fosse religiosa, rezaria pela retomada do equilíbrio econômico mundial, mas não sou, e esse tal equilíbrio jamais existiu. Então, lhes estendo a palma da mão sem Napalm na mão, reafirmando que este blog não representa ameaça e nem é digno de suas preocupações. Que ele não é do ‘hall’ dos “indivíduos duvidosos” de outros países, mas também não é do ‘hall’ dos indivíduos duvidosos do seu país.


Jeanne Chaves