sábado, 25 de setembro de 2010

Sobre Pizzas e Troblerones

O que tem essas duas iguarias em comum, além das origens em matérias primas cultiváveis?

O 'Caso Troblerone' teve como protagonista a deputada sueca, pelo Partido Social Democrata sueco, Mona Shalin. - "Comprei dois Toblerones, fraldas e cigarros..." Esta foi sua justificativa, na época, para ter usado em benefício próprio (apesar de que sempre fazia o ressarcimento das despesas), o cartão corporativo do governo sueco, mas não foi suficiente para abrandar a decisão do parlamento sueco, então, após abandonar todos os cargos que ocupava dentro do partido e na política, Mona Shalin dedicou-se a uma pequena empresa.
Deu seu jeito.

Aqui na terrinha, existem muitos jeitos, um deles, por exemplo, foi o encontrado pelo candidato ao governo do Distrito Federal, Joaquim Roriz: em dúvida se conseguiria ou não aprovação do registro de sua candidatura, tratou de indicar sua esposa, Weslian Roriz, ao governo, pelo PSC (Partido Socialista Cristão).

(Eita osso duro de roer que ninguém quer largar!).

Enquanto isso, na sala de justiça do Supremo Tribunal de Justiça os ministros se debatiam em divagações sobre se a Lei da Ficha Limpa seria aplicada a partir do pleito eleitoral deste ano de 2010. O resultado poderia ter sido outro, mas deu empate, convenientemente, ou uma demonstração clara de que a honestidade jamais foi o princípio de qualquer atividade política, ética ou moral, neste país, ou ainda, no mínimo, que a metade dos Ministros do Supremo Tribunal de Justiça não tem opinião formada sobre ela e se perdem na burocracia da própria formação.
No máximo, bom, seriam suposições sobre teias de negócios além da compreensão do eleitorado comum, inclusive a minha.

Em verdade, não se passou um único dia desde o descobrimento do Brasil em que ele tenha conseguido se governar sem corrupção, desde o heróico brado retumbante às margens do Ipiranga, que não foi mais que mero acordo entre os países que faziam parte da Companhia das Índias, neste caso específico, entre Portugal e Inglaterra, até o escândalo das Pedras Preciosas (Governo Militar); Escândalo do Grampo (Primeira Fase do Governo FHC); Anões do Orçamento (Governo FHC); Escândalo Palociano (Primeira Fase do Governo Lula); Furacão Erenice (Segunda Fase do Governo Lula), só para citar uns poucos que vieram a público e só por isso se tornaram escândalos.
O fato de alguns deles terem sido eficientemente varridos para baixo do tapete ou terem caído no esquecimento popular não quer dizer que não enraízem e aprofundem ainda mais a falta de princípios no cidadão comum, nem é possível dizer que sejam mais ou menos importantes que a corrupção ativa e passiva dos guardas de trânsito, só para citar um exemplo comum e diário.

Ilustremos a situação da falta de familiaridade com o princípio da honestidade:

Certo dia, em que a direção da minha repartição havia convidado todos os servidores para uma atividade de integração, onde seriam apresentados os avanços do órgão nas suas metas e objetivos e eu bastante entediada, como não ficaria se aquela fosse uma apresentação real de mamulengos, porque os avanços representavam bem menos do que os retrocessos visíveis, convenientemente, não abordados na ocasião, saí do auditório e pus-me a conversar com um colega, motorista da repartição.

Ele atacava o ‘terceiro setor’ no serviço público estadual com uma coerência socialista, mas eis que o discurso começou a degringolar quando fez comparações sobre o carrinho financiado que adquirira a duras penas e o imponente carro do Todo-Poderoso-Chefe do setor de compras do órgão. Ele dizia:

- É uma vergonha! Em menos de dois anos no cargo e ele já pode ter um carro desses, e eu, ralando pra levar arroz e feijão pra casa! Você sabe o que eu fazia se estivesse no lugar dele? Se alguém me dissesse: venda o Cristo Redentor; eu vendia; venda a Amazônia! Eu vendia! Eu também sou gente, também queria ter o que ele tem... O que é preciso fazer? Ter cuidado para não morder o saco de um político enquanto se baba ele? Ser político? Vou me candidatar!

O discurso era muito, muito sério. Claro que eu não votaria nele nem para “Rainha do Milho” e disse isso a ele. Bom, hoje esse colega nem me cumprimenta. Perdi o colega, mas não a piada. Além do mais, com colegas assim quem precisa de políticos?

O outro exemplo vem de uma conversa sobre o 'Caso Troblerone'. O cidadão com mais de oitenta anos de Brasil me disse o seguinte:

- Que besteira! Puniram a mulher por causa de um chocolate? Que coisa mais pobre!


Ele não entendeu que o chocolate era o fator de menor importância no fundamento da punição, mas sim o fato de ela ter usado uma prerrogativa e uma condição que era sua, mas não lhe cabia usar para adquiri-lo.

No caso de Mona, o parlamento sueco puniu severamente a falta do princípio da honestidade. O parlamento não perdeu a oportunidade de ser honesto. No caso do Supremo Tribunal Federal X Lei da Ficha Limpa... Bom, parece que como o povo, os senhores ministros ainda estão em busca de um consenso sobre este princípio.

Na terra onde 'em se plantando tudo dá', um troblerone pode degenerar em pizza, já que, por definição original, ambos são provenientes de matéria prima cultivável.


Jeanne Chaves

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Quarto Poder e As Massas de Manobra Políticas

"Quando eu lembro da massa da mandioca, mãe... A dor da gente é dor de menino acanhado, menino bezerro pisado, no curral do mundo a penar..."

Há que se admitir, fazer política e discurso político na Colônia, é muito fácil. Passemos diretamente aos elementos dessa facilidade:

1) A população de cidadãos completamente analfabetos no Brasil soma hoje impressionantes 14,2 milhões. Sim, já foi bem maior este número, no entanto a metodologia aplicada pelo IBGE se utiliza da técnica da amostragem para realizar projeções estatísticas e, convenhamos, modelos matemáticos às vezes se prestam razoavelmente bem em substituição ao estudo 'in locu' das situações, por outro lado levanta questões curiosas e até filosóficas. Explico, comparativamente ao ano de 2003, quanto o número de analfabetos no país girava em torno de algo superior à 16 milhões, esta aparente redução dos índices em dois dígitos, não quer dizer, obrigatoriamente, uma verdade terminal. Pode querer dizer, apenas, que quando se pesquisa um cidadão ou uma família, se é que estes dados são gerados a partir da fonte, mas se são gerados a partir de dados coletados pelo MEC diretamente das escolas, qual o desvio padrão a ser aplicado em ambos os casos, nesse último, os números são 'descobertos' comparativamente a quê? Já que a escola é um sistema que só pode dar conta do que produz, e, o termo é exatamente este. Bom, mas a questão não é esta, embora seja importante. A questão é: o recrudescimento dos índices de analfabetismo está ligado à metodologia ou ao óbito dos cidadãos nesta condição? Já que a faixa etária na qual as pesquisas são aplicadas vai dos 14 aos 65 anos. Por violência, principalmente, nas faixas etárias mais jovens e por doenças, essencialmente, na população de idosos?
Então poderíamos dizer que o analfabetismo morreu em dois dígitos ou que a estatística se presta parcamente a visualização de projeções, mas não a resolução do problema. 2) Em 2001 o Instituto Paulo Montenegro, ligado ao IBOPE, principiou a fazer levantamentos chamados Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF), e em 2005, concluiu que apenas 26% da população brasileira lê e escreve plenamente. Pasmem senhoras e senhores! Somente, um em cada quatro brasileiros tem plena capacidade de ler, compreender e elaborar um texto. O conceito de analfabetismo funcional é difundido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Conclui-se então que essa massa de pessoas atua em sociedade, também, como inocente útil ao sistema dessa democracia, pois consegue, involuntariamente, auxiliar na apresentação da redução de índices de analfabetismo absoluto, mascarando os índices que são necessários, em termos de educação, para um país ser classificado como primeiro segundo, terceiro mundo e por aí vai. Contudo, é inapto para a elaboração de um senso crítico coerente com a realidade que o cerca. Esta situação perversa tem lá suas raízes históricas num tempo em que a elite intelectual subsidiava a elite política, em contra partida, a elite política se mantinha efetivamente no poder durante anos à fio, beneficiando os extratos sociais que lhes era conveniente. Qualquer sucessão ocorria entre os mesmos políticos dos dois partidos oficiais existentes, MDB (Movimento Democrático Brasileiro) e ARENA (Aliança Nacional Renovadora), apesar da proposta nos nomes, cortinas de fumaça. Num tempo, em os analfabetos não tinham direito ao voto nem se elegiam.

O MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) se propunha, então, nos primórdios do Regime Militar, a erradicar o analfabetismo no Brasil, com o objetivo de angariar licitude para um governo que não era 'legítimo'. Trocando em miúdos: o governo militar era legal, mas não era legitimado pelo povo. O voto dos alfabetizados era de suma importância no processo da eleição de políticos 'biônicos', propostos por um colegiado militar e referendados através do voto popular. A escola pública era naqueles tempos o que ainda é nos dias atuais da democracia brasileira 'um aparelho ideológico' estruturado para reproduzir e atender as demandas políticas e econômicas do país, exclusivamente. Não há necessidade de uma 'massa pensante', mas de uma que faça só o que é necessário.

A otimização dos discursos políticos é de tal monta e, tão capcioso nas promessas sobre educação, que se fossem cumpridas, certamente, um número enorme dessas criaturas políticas não estaria parasitando nas Assembléias Legislativas, nas Câmaras Municipais, no Congresso e no Senado Federal. Cabe perguntar quem nasceu primeiro nesse ciclo vicioso... O político analfabeto funcional? (Depois de eleito, analfabeto de 'princípios' funcionais). Ou o inocente útil alfabeto funcional? E agora, uma rápida conversão matemática, para em números mais próximos do real, sabermos quantos somos ao todo: com aproximadamente 160 milhões de habitantes adultos, temos uma população de alfabetos funcionais de cerca de 120 milhões com a aceitação inadvertida da seguinte proposta de existência: "Dê-lhes uma possibilidade mínima de ascensão social, uma ilusão, a esperança de consumir mais. Mas lhes tire sobre o que pensar do contrário eles acreditarão ser verdade o que pensam.” 3) Sabendo que os estratos sociais de equilibram sozinhos, o discurso dos políticos utiliza a linguagem certa para atender gregos e baianos, os muito ricos, e os muito pobres, os privilegiados de conhecimento e senso crítico, o analfabeto, e o analfabeto funcional, as minorias e as maiorias. O segredo é não apresentar contradições na proposição das ações e, relevar ou desconsiderar os conflitos de interesses que surgiriam, isto, administram se eleitos, pois eles serão o poder legal e legítimo.
Por todas estas circunstâncias é que a estatística é indispensável à composição do cunho do discurso. Por ela, é possível projetar, por exemplo, que a população de usuários de drogas ilícitas representa um potencial insofismável e em franca expansão no Brasil. Curioso, é o modo que eles tratam as drogas como se estas proliferassem entre todos os estratos sociais, todos os poderes: legislativo, executivo e judiciário, como se fosse uma entidade com vontade própria, isentando o cidadão de culpa pelo 'sim' ao uso delas e, se eximindo das responsabilidades pela proliferação delas numa demanda crescente.

Não sei se é 'jumentice', oportunismo, ou ingenuidade, o fato é que a maioria dos candidatos nestas eleições majoritárias resolveu abraçar a causa da descriminalização do uso de drogas. O aspecto mais gritante dos discursos é a banalidade com que o fazem, sem considerar se a descriminalização fomentaria o tráfico, o que é mais provável.


Sem considerar a angústia e o sofrimento das famílias e dos amigos do usuário de drogas, pois mesmo que ele tenha à disposição, atendimento em clínicas especializadas no tratamento de drogados, quando retornam, as drogas estão lá, nas ruas e as histórias de sucesso pessoal na superação do vício, infelizmente, não podem constar das estatísticas, nem de forma mascarada.

Sem considerar que mais de oitenta por cento dos crimes que ocorrem nas capitais do país estão relacionados às drogas. Sem considerar que o tráfico de drogas é um grande e concorrido negócio, que se utiliza da ciência para viciar e vender mais, exemplo disto é o 'ecstasy', e, o 'desiree' (Canabis e crack) associados. E sem considerar os constrangimentos impostos aos não usuários nas ações da polícia.

Perdoem-me, mas não consigo esse desprendimento cristão e conformado. Por que quando um usuário diz sim as drogas está jogando não só com seu futuro, mas com os do não usuário, este fica refém do tráfico e da corrupção que corre frouxa dentro dos órgãos que deveriam coibir o uso e o tráfico de drogas. Mas, estão com suas estruturas administrativas tão podres que dão margem a que se utilizem delas como subterfúgio para a descriminalização. Infelizmente, um brutal atestado de incompetência dos poderes constituídos, assinado com letras garrafais. É mais fácil acreditar que o controle rígido desses órgãos, a punição sem os carinhos, que normalmente recebem os corruptores institucionalizados, é menos eficiente do que uma reforma tributária que faculte uma melhor distribuição de renda? O controle de nossas fronteiras, que mais parecem uma passarela? Sem hipocrisia, é mais fácil crer que o dinheiro do contribuinte coloca o Estado contra ele, mais do que o ajuda.

E vêm uns alienados-analfabetos funcionais-filósofos-de-ocasião, falar em Felicidade Interna Bruta (FIB), então eu pergunto? Com ou sem drogas? Com ou sem violência? Lavando as mãos com plebiscitos sobre o uso de drogas ou pondo elas na 'massa' e trabalhando o que precisa ser trabalhado?

Entretanto, o que esperar de uma massa que vai às ruas em marchas pela maconha, para atender seus anseios pessoais egoísticos, sua satisfação 'transcendental', suas fugas da realidade, em detrimento da compreensão dos fatores políticos, econômicos e sociais da pobreza neste país? Em detrimento de uma mudança real? Sem se importar se o aumento da produção e proliferação de drogas aqui forçaria um escoamento para países mais disciplinados e sérios na sua legislação e postura sobre o assunto, promovendo os mesmos conflitos e propiciando o aumento do consumo no mundo?

Nosso censo de coletividade nunca existiu, ou está obliterado pela nossa característica utilidade inútil. Nunca foi tão fácil vender idéias incongruentes neste país.

À caminho do tão esperado crescimento econômico, se atropela os passos, precocemente e, se o risco é calculado ou não, o analfabeto funcional é incapaz de se perguntar a quem interessa este estado de coisas.
Reconhecido o 'Quarto Poder', legítimo, mas não legal, o tráfico de drogas, poderemos dizer, sim, que ele surgiu 'do povo para o povo' brasileiro, com a anuência e colaboração dos poderes legais e legítimos constituídos.


 

Jeanne Chaves

sábado, 18 de setembro de 2010

Vivendo e Aprendendo

Aprender com o que se sabe não é desafio menor do que aprender a aprender.

Jeanne Chaves

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Mudança

Nem sempre, desejar mudar as coisas significa fazer coisas diferentes das que normalmente se faz, muitas vezes significa mudar a forma de pensar sobre as coisas que normalmente se faz.
Jeanne Chaves

domingo, 12 de setembro de 2010

Maia

Ela estava definhando, percebia-se no modo como cruzava em ziguezague a pequena e estreita ponte sob um dos incontáveis canais da cidade. Era manhã cedo, e eu a percebi primeiro. Andava com um cansaço de aceitação do irrefutável, do imutável. Quero dizer: ela não se defendia dos carros da rua de mão dupla, mas o contrário, os motoristas se defendiam de um homicídio, esperavam pacientemente que ela se decidisse na travessia. Então me dei conta: ela não enxergava! Mas, havia algo mais. Naqueles poucos momentos em que eu a observei, temendo que o sinal abrisse sem que fosse possível me assegurar se seria certo tomar uma decisão por ela, de saber se seria certo prorrogar o tempo do seu sofrimento, senti que ela, simplesmente, havia desistido de continuar vivendo.

Havia já uma intimidade entre nós, um entendimento do que seja cumprir um desígnio, mas em mim coube a sensação de poder em desafiá-lo, contra a vontade dela e do marido prático, porque viver não é nada prático.

Eu já vi, mais vezes do que desejaria, animais aguardando o sacrifício em diversos centros de controle de zoonoses. Sempre me vinha no pensamento a lembrança de cenas do holocausto judeu, onde os prisioneiros que seriam encaminhados para a morte se aglomeravam, se abraçavam e choravam. Pois é assim que os cães se comportam nestes centros; permanecem juntinhos uns dos outros, independentemente da idade, da raça ou do temperamento, como a tentar levar, aonde vão, um pouco do calor da vida. Eles se amparam e choram. E nos momentos finais, antes do extermínio, resistem, lamentam e urinam de raiva e de medo.

Pela comparação, aquela alternativa me pareceu fora de questão.

Foi assim que na família foi introduzido um sexto membro.

Nesta história, Maia explica um pouco a ‘metáfora do gafanhoto’, discutida há muito tempo com a minha amiga Cau Alexandre. Mas esta, eu conto outro dia.
Jeanne Chaves

Simplório Eleitoral



Agora, os coronéis vêm com seu riso insidioso, sua obsequiosidade, fazer acreditar que um canavial argelino pode ser melhor do que as suas ricas fazendas no agreste e vice-versa. Paisagens administrativas onde o Zé Povinho se alterna e se sucede, pilar de cantos perfeitos para a tessitura de teias e, crê, piamente, numa disputa entre duas forças ideológicas que lhe favorecerá o bem estar... Coitado! Simplório, rumina o Zé Povinho, elencando ídolos descartáveis entre artistas de novela e astros do futebol, a distrair os dias de espera do cumprimento das proclamadas promessas de melhor educação, saúde e justiça. Enquanto isso, o canavial fede, as fazendas fedem as impurezas dos propósitos das aves de rapina, iguais as de qualquer outra paisagem do quintal de Tio Sam.
Jeanne Chaves

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A Opção de Voto Democrático Que Ninguém Ensina...

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Falando de Saudade



Saudade? São todos os sentidos sentindo a permanência daquilo que já não há, e até do que não foi jamais. Enquanto a vida passa ela vem e vai ficando.


Jeanne Chaves

domingo, 5 de setembro de 2010

O Cravo Espera

O vermelho desbota lado a lado ao verde.
Brasões fenecem impavidamente, tolamente
nos caldeirões virtuais do ouro de ninguém.

Agora que lamentas a hierarquia derreada,
agora que teu povo nas calçadas e escritórios,
espera o dia seguinte e a verdade de tudo ser falsa,

estendes tapetes amarelos, vermelhos e pretos
ao tropel do Touro de Europa, no covil de escorpiões
devoradores uns dos outros no hábito da conveniência.

E neste tempo em que as negras africanas e as
índias sul americanas desnudas de seios fartos
já não te acolhem a empáfia e promessas de servidão,
tu és um cravo a dormir na agonia dos dias melhores.

E nada há que não seja espera.
Jeanne Chaves

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Estado Bruto


Finalmente!


Com fotos de Daniel Bezerra, editoração e impressão da Editora Babecco, em novembro, ESTADO BRUTO estará nas livrarias. Sinto enorme prazer em dividir este momento com os leitores assíduos, amigos e visitantes ocasionais, pois este evento marca o início da aventura desta bióloga aqui pelos caminhos da prosa literária.
Espero que a leitura desse romance seja tão proveitosa quanto foi proveitoso escreve-lo.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Bendita Indignação



O pensamento é a característica mais preciosa e extraordinária do ser humano e existe, também, para que não precisemos eleger bodes expiatórios sobrenaturais das nossas responsabilidades não
assumidas.


Jeanne Chaves