O ser humano é um animal com as características do amor e da racionalidade. A única fé possível é a de que ele se aproprie delas, e quanta grandeza haverá em se dizer: "Perdoai, pois eles sabem o que fazem."
A monogamia nunca foi nossa prerrogativa humana, embora sempre venha numa idade em que sobrevivendo ao desejo, ao amor, e aos enganos do casamento, seja útil mesmo sem sexo.
É constrangedor obrigar-se a perdoar sempre as mesmas faltas, é como acostumar o faltoso à submissão do perdão e lhe usurpar a construção de uma nova conduta. Perdão novo para erros novos, fora isto, graçam a condescendência e a hipocrisia.
Religioso, político e comercial, o homem inventou o casamento, o dote, o divórcio, e elaborou, ainda, os objetos femininos da culpa pelos preços. Para justificar o céu, o limbo e o inferno de cada um foi preciso lançar mão da auto ajuda.
Pessoas políticas e despolitizadas assustam, políticas e politizadas, mais. Pessoas religiosas fundamentais dão medo, religiosas comerciais, dão mais, contudo, as que costumam ostentar o preço de tudo o que possuem realmente apavoram, e todas elas sabem disso.