sábado, 6 de novembro de 2010

Limiar Literário



Disseram-me que em literatura é preciso adotar uma linha, moderna ou conservadora. Mas, tudo disso a que me exponho, novo ou antigo, me é contemporâneo como se sempre tivesse existido. Conteúdos repaginados, renomeados que, igualmente, sempre existiram, e não há crueldade litarária maior do que reprimir a expressão de um texto, com forma ou disforme, alinhado ou marginal, lírico ou concreto, em função de um contexto modal. Talvez, ser moderno seja admitir que o futuro nunca chega e que o antigo nunca passa. Quem sabe, não se angustiasse tanto os momentos em que um texto precisa nascer, nem matar o seu criador. O estilo litarário, talvez, seja uma possibilidade de táxon dos nossos neurônios-espelho, se, ou quando isto for confirmado, num futuro que nunca chega, mas chegado será passado, nos edifique um "Desmantelo Azul" e nos descosntrua Kafka, para não pensarmos que, como a de José, a nossa festa acabou.


Jeanne Chaves