quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Um Capital Mais Humano

O Capital e a Vida

A pobreza é tão necessária às sociedades humanas quanto o é a riqueza. A última se alimenta da primeira, portanto, qualquer utopia romântica acerca da erradicação da pobreza no mundo, colocaria, seriamente, o capital em risco, as crises econômicas existem como que para lembrar ao homem disso; se alguém subiu na gangorra é porque alguém desceu. A pobreza mantém suas populações sob controle através de mecanismos já conhecidos: doenças, violência, nutrição deficiente, moradias em lugares que são verdadeiras armadilhas, meios de transporte arriscados etc. Os mecanismos de controle populacional da riqueza, igualmente, são conhecidos: quando um mega bilionário investe em pesquisas sobre doenças, as quais ele estaria sujeito a desenvolver, o faz exclusivamente por si, e certamente, este leva uma vida menos exposta a morte e ao desconforto. Claro, o benefício secundário para alguém é involuntário, se a descoberta não for patenteada por grandes empresários com o objetivo do lucro sobre a sua utilização, como é o caso do Projeto Genoma Humano. "Se a vida tem um preço, o adiamento da morte tem outro que a pobreza não pode custear".


O Capital e a Ciência


Há que se admitir que o capital, mais que em qualquer outro período da história, é o elemento limítrofe, determinante dos estratos sociais globalmente, e que para tanto, o conhecimento científico em todas as áreas de domínio das ciências mais que se prostituiu, deixou-se subjugar em função dele, dentro do Estado de Direito de todos os países. Deste modo, igualmente utópicos e românticos, são os ideais anticapitalistas, porque jamais fizeram parte da natureza humana. Assim, a grande sacada da humanidade seria o reconhecimento de que o capital, na forma como é utilizado, se torna mau porque é deste modo o homem o pratica, mas que na verdade ele é o meio temo entre a barbárie e a paz.

O Capital e o Medo


A busca da individualização de sentimentos nobres como a compaixão e a piedade não tem mudado o rumo das sociedades, mas sobrecarregado, excessivamente, de culpa o indivíduo. Nos extremos, exacerba necessidades fúteis, que levam um homem a matar outro por algum objeto além de sua capacidade financeira de possuir. Tem feito nações inteiras dormirem e acordarem com o pavor de atentados terroristas e de uma Grande Guerra, mas então, já não é o medo da pilhagem, da expropriação, comuns da barbárie, que os afronta, mas a possibilidade da descida da escada do orgulho, onde ela escorou suas ideologias equivocadas, esquecendo que estas e a de outros povos transitam nas mesmas vias.


O Capital e a Globalização

O princípio norteador da globalização deve, por questões éticas e morais, passar pela globalização do capital e não, astuciosamente, pela internacionalização dos recursos naturais ainda disponíveis, essa última idéia não disfarça o objetivo de sujeitar populações economicamente mais frágeis, num processo de re-colonização em nível econômico, político, social e cultural, para o exercício do capitalismo parasitário.

O Capital e a Quebra de Paradigmas

A grande sacada da humanidade seria reconhecer que o homem pondera sobre o seu tempo de vida útil, 70 a 80 anos, como uma perspectiva curta, que o leva ao desprezo pela qualidade de vida dos que ficam após o seu desaparecimento, mas em contra partida, os seus descendentes são a única possibilidade real de oposição ao egoísmo coletivo, e são os detentores do poder de preservação e manutenção do "meio terrestre". São os portadores da sua história e do seu pool gênico.


Jeanne Chaves