sexta-feira, 9 de abril de 2010

Espiando-me (Plinio Menegon)

Tal fiel cão de guarda
Estou a me cuidar.
Tenho coração de estudante
Sempre pronto a debutar.
Ah, coração atrevido
Incoerente e inconseqüente
E que diz ser meu amigo.

Você se doa sem limite
E por mais que eu evite
Você sempre se permite.

Então, tal um cão obediente
Impaciente, intransigente
Fico o tempo todo alerta
Cuidando essa porta aberta.

Cão preparado para a defesa
De sentimento voraz.
E embora você disfarce
Sei do mal que é capaz.

Espio-me.
Por mais que o deslize
Seja pequeno
Eu conheço o veneno
Que cega, maltrata
E às vezes até mata.

Espio-me todo o tempo.
Tenho medo e fico atento
Pois na deslealdade tu és mestre.
Oh! Coração benigno
À procura de um vírus maligno
Para plantar nesse peito agreste.

Presente de Plínio Menegon - Larangeiras do Sul-PR